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Câncer Bucal mais comum do que se imagina

Câncer de cavidade oral está entre os tipos mais comuns da doença

Especialistas em diagnósticos oral no Brasil indicam alguns caminhos para a prevenção,o diagnóstico deste que já é o sexto mais frequente tipo de tumor do mundo e é uma das causas mais frequentes de morbidade.

Atualmente o câncer de cavidade oral está entre os tipos mais comuns da doença no mundo e segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS)é uma das causas mais frequentes de morbidade e mortalidade,o que é ainda mais alarmante.

No Brasil,dados do Instituto Nacional do Câncer(INCA)mostram o aumento de incidência em todas as regiões e apontam que , anualmente ,cerca de 15 mil brasileiros contraem esse tipo de câncer.

Sendo que 80% deles só o descobrem nas fases mais avançadas e que já é a quinta doença cancerígena que afeta os homens e a oitava entre as mulheres.

Segundo o Professor Doutor Sérgio Kignel,uma autoridade em neoplasias bucais e autor de livros como"Diagnóstico Bucal" e "Estomatologia",base do diagnóstico para o clínico geral",os principais fatores de risco são o hábito de fumar e o consumo de bebidas alcoólicas.

O cigarro é extremamente tóxico há 4.720 substâncias químicas em sua fumaça,sendo que 60 delas são efetivamente oncogênicas,a exemplo da principal e mais clássica,o benzopireno,composto que facilita a combustão.

De acordo com dados da(OMS),cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca são tabagistas,outro fator agravante é que o álcool e o fumo têm sinergismo,ou seja,um potencializa o outro.

Quem faz uso de ambos tem cerca de 150 vezes mais chances de desenvolver um câncer,destaca o Dr.Kignel,além desses fatores,a má higiene bucal, uma dieta pobre em proteínas,vitaminas e minerais e rica em gorduras.

A radiação solar e o HPV também podem aumentar a possibilidade de desenvolver o câncer bucal.

Diagnóstico e Tratamento

Compreende-se como o câncer bucal o grupo de tumores malignos dispostos pela Classificação Internacional de Doenças(CID-10) que afeta os lábios e a cavidade oral(mucosa bucal,gengivas,palato duro,língua oral e assoalho da boca).

Cerca de 96% desses cânceres, segundo o Dr.são carcinomas espinocelulares,ou seja,que aparecem na superfície da mucosa,essas lesões podem surgir sob a forma de pequenas feridas brancas ou vermelhas ou de úlceras.

Que são confundidas com aftas,é preciso salientar, porém, que a afta costuma ser um processo autolimitado,cicatrizando em uma ou duas semanas,no caso do tumor maligno,a lesão geralmente tem a borda elevada e a base endurecida.

Por isso,é importante ressaltar os aspectos iniciais do tumor,o que facilita o diagnóstico precoce,ampliando a probabilidade de cura,nos Estados Unidos,por exemplo,90% das lesões são diagnosticadas na fase inicial,quando o tumor tem,no máximo,2 cm em seu eixo maior.

No Brasil,a proporção é inversa,85% dos tumores estão em estágio avançado no momento do diagnóstico,entre os fatos que podem estar associados ao diagnóstico tardio da doença estão a falta de informação da população e a ausência de sintomatologia na fase inicial.

O especialista destaca que,ao observar uma lesão,o cirurgião-dentista deve fazer uma biópsia ou uma citologia esfoliativa,se confirmado o câncer bucal,deverá encaminhar o paciente a um cirurgião de cabeça e pescoço ou a um oncologista.

Geralmente,o tratamento consiste em cirurgia e/ou radioterapia,isolada ou associadamente,as duas técnicas têm bons resultados nas lesões iniciais,que são aquelas restritas ao local de origem e que não apresentam disseminação para gânglios linfáticos do pescoço ou para órgãos à distância.

A indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais que possam ser provocadas pelo tratamento(cura em 80% dos casos),o Dr,afirma que,mesmo na fase inicial,a lesão maligna exige resseção um pouco mais extensa,a fim de resguardas a margem de segurança necessária.

Normalmente,retira-se a lesão e resseca-se em torno de 1 cm de tecido normal,já a profundidade costuma ser limitada,porque os tumores estão numa região superficial da mucosa,no entanto,quando há infiltração muscular,o que caracteriza o avanço da doença,dependendo da região em que se localiza o tumor.

A intervenção cirúrgica pode provocar comprometimento tanto da deglutição quanto  da fonação,dependendo do tipo de tratamento adotado e da gravidade da doença,o cirurgião-dentista participa desse processo,prevenindo e combatendo sequelas oriundas da quimioterapia ou da radioterapia,afirma o Dr,Kignel.

Sintomas e Prevenção

As lesões malignas de boca apresentam um polimorfismo,ou seja,não têm um formato típico,por isso,o Dr,Kignel alerta que é preciso ficar atento a qualquer alteração,pois,se detectada tardiamente,há grande probabilidade de ser fatal.

O principal sinal deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca, que não cicatrizam em uma semana,outros indícios são ulcerações superficiais,com menos de 2 cm de diâmetro,indolores(podendo sangrar ou não)e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal.

Abalamento dental num curto espaço de tempo,dificuldade da fala ou de deglutição,emagrecimento acentuado,dor e presença de linfadenomegalia cervical(caroço no pescoço)são,por sua vez,alterações observadas nos casos mais avançados de câncer de boca. 

Fonte: UNNA



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